O Dever de Proteger: Entenda a Responsabilidade Civil na Era dos Golpes e da Inteligência Artificial

A transformação digital trouxe eficiência e comodidade, mas também elevou a complexidade dos conflitos jurídicos. No Brasil, o volume de casos envolvendo fraudes e danos no meio digital exige uma análise aprofundada da Responsabilidade Civil. O foco não está apenas no criminoso, mas também nas empresas que falham em seu dever de segurança, seja no ambiente de transações financeiras, seja na proteção da honra e imagem.

O Cenário de Golpes Digitais: Da Fraude ao Dano

A responsabilidade civil, no seu cerne, busca a reparação do dano causado por ato ilícito. No contexto digital, o dano pode ser de natureza patrimonial (perda de valores por fraudes) ou extrapatrimonial/moral (dano à imagem, honra, ou transtornos graves).

Os golpes mais recorrentes que geram demandas judiciais no país, e que você precisa estar atento, incluem:

  • Golpe da Falsa Central de Atendimento e do Pix: Onde o criminoso, sob pretexto de urgência (cancelar compra, testar segurança), induz a vítima a realizar transferências imediatas.
  • Phishing e Vazamento de Dados: Ataques que roubam informações sensíveis (senhas, CPF, dados bancários) e geram fraudes de identidade ou débitos indevidos.
  • Clonagem de Perfis (WhatsApp e Redes Sociais): Uso da sua imagem para solicitar dinheiro a terceiros, gerando prejuízo financeiro aos contatos e severo dano à sua reputação.

 

O Entendimento da Justiça (STJ e TJSC)

As recentes decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) têm fortalecido a posição do consumidor. O cerne da questão é a Responsabilidade Objetiva das instituições financeiras e plataformas, baseada no risco da atividade.

  1. Dever de Segurança do Banco (Súmula 479 do STJ e Precedentes Recentes): As instituições financeiras respondem por danos gerados por fortuito interno (fraudes e delitos praticados por terceiros) relacionados à sua atividade. O banco tem o dever de prever e prevenir esses golpes, monitorando transações atípicas e implementando mecanismos antifraude mais eficazes. A culpa não é mais exclusivamente do cliente.
  2. Responsabilidade de Plataformas (Marco Civil da Internet): O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), por exemplo, tem reiterado a responsabilidade de plataformas (como Google e redes sociais) que, mesmo notificadas, falham em remover conteúdos ilícitos (como perfis falsos usados em golpes ou domínios fraudulentos). Recentemente, o TJSC manteve condenação à uma Big Tech por não excluir domínio usado em golpes, reforçando o dever de vigilância das plataformas.

 

O Novo Desafio: Responsabilidade Civil e a Inteligência Artificial Generativa

A Inteligência Artificial Generativa (IA Gen), responsável pela criação de textos, imagens e vídeos realistas (como os deepfakes), apresenta um novo e complexo panorama jurídico para a responsabilidade civil.

  • Dano à Imagem e Honra (Deepfakes): A IA Gen permite a criação de conteúdo falso, mas extremamente convincente, que pode ser usado para difamar, chantagear ou manipular a imagem de uma pessoa ou empresa. A responsabilidade, neste caso, pode recair sobre o usuário final que criou o conteúdo ilícito e, em certas circunstâncias, sobre o operador da plataforma que falhou em moderar ou remover a ofensa.
  • Falta de Legislação Específica: No Brasil, o tema ainda carece de regulamentação específica. A discussão atual (em projetos de lei) aponta para a aplicação de conceitos como explicabilidade (entender como a IA chegou àquele resultado) e a criação de mecanismos de responsabilização que incluam o desenvolvedor, o operador e, principalmente, o ser humano que utiliza a ferramenta.
  • O Princípio da Transparência: Em todas as aplicações da IA, o Direito Digital busca garantir a transparência, de modo que os cidadãos prejudicados possam identificar a origem do dano e buscar a devida reparação, seja patrimonial, seja por ofensa a direitos fundamentais.

 

A Expertise de Sandra Vilela Advocacia e Consultoria em Direito Digital

Neste ambiente de rápidas transformações e riscos digitais crescentes, a atuação de uma assessoria jurídica especializada é crucial.

Em Sandra Vilela Advocacia e Consultoria, nosso propósito é oferecer uma defesa estratégica e um aconselhamento proativo, fundamentados no entendimento profundo do Direito Digital, da LGPD e da mais recente Jurisprudência do STJ e do TJSC.

Atuamos na defesa de clientes que sofreram:

  • Danos Patrimoniais por golpes bancários, fraudes com Pix ou vazamento de dados.
  • Danos à Imagem e à Honra causados por perfis falsos, deepfakes ou conteúdos difamatórios online.
  • Conflitos com Plataformas por exclusão indevida de conteúdo ou falha no dever de moderação e remoção.

Com atuação na Capital (Florianópolis) e região e capacidade de atendimento remoto para todo o Brasil, nossa equipe está preparada para transformar o complexo cenário jurídico digital em ações concretas para proteger seu patrimônio e sua reputação.

Se você foi vítima de um golpe digital ou busca uma assessoria preventiva nas questões de responsabilidade e novas tecnologias, o conhecimento especializado é seu maior aliado.